Saturday, September 27, 2014

Esperamos todos que o Sr. Eduardo Paes não tenha nada contra pontes...


Sunday, September 21, 2014

Retratos de mulheres

A mulher do Eclesiates – por O pregador - século III a. C.

E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são redes e laços, e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de Deus escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela.
Vedes aqui, isto achei, diz o pregador, conferindo uma coisa com a outra para achar a razão delas;
A qual ainda busca a minha alma, porém ainda não a achei; um homem entre mil achei eu, mas uma mulher entre todas estas não achei.


Dulcinéia del Toboso – por D. Quixote (Cervantes) - 1605

Foi o caso, conforme se crê, que, num lugar perto do seu, havia certa moça lavradora de muito bom parecer, de quem ele em tempos andara enamorado, ainda que, segundo se entende, ela nunca o soube, nem de tal desconfiou. Chamava-se Aldonça Lourenço; a esta é que a ele pareceu bem dar o título de senhora dos seus pensamentos; e buscando-lhe nome que não desdissesse muito do que ela tinha, e ao mesmo tempo desse seus ares de princesa e grã-senhora, veio a chamá-la “Dulcinéia del Toboso”, por ser El Toboso a aldeia de sua naturalidade; nome este, em seu entender, musical, peregrino, e significativo, como todos os mais que a si e às suas coisas já havia posto.

 
Macabéa – por Rodrigo S. M. (Clarice Lispector) - 1977

Ela nascera com maus antecedentes e agora parecia uma filha de um não-sei-o-quê com ar de se desculpar por ocupar espaço. No espelho distraidamente examinou de perto as manchas no rosto. Em Alagoas chamavam-se “panos”, diziam que vinham do fígado. Disfarçava os panos com grossa camada de pó branco e se ficava meio caiada era melhor que o pardacento. Ela toda era um pouco encardida pois raramente se lavava. De dia usava saia e blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de quarto não sabia como avisar-lhe que seu cheiro era murrinhento. E como não sabia, ficou por isso mesmo, pois tinha medo de ofendê-la. Nada nela era iridescente, embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um leve brilho de opala. Mas não importava. Ninguém olhava para ela na rua, ela era café frio.

 
Mrs. Robson – por Paul Simon - 1968
 
Hide it in a hiding place
Where no one ever goes.
Put it in your pantry with your cupcakes.
It's a little secret,
Just the Robinsons' affair.
Most of all, you've got to hide it
from the kids.

Coo coo ca-choo, Mrs. Robinson,
Jesus loves you more than you will know Wo wo wo.
God bless you, please, Mrs. Robinson,
Heaven holds a place for those who pray
Hey hey hey, hey hey hey.

 
A mulher da escada de ouro – por Jimmy Page e Robert Plant - 1971

There's a lady who's sure all that glitters is gold
And she's buying the stairway to heaven
And when she gets there she knows if the stars are all close
With a word she can get what she came for

Oh, and she's buying the stairway to heaven

There's a sign on the wall but she wants to be sure
'Cause you know sometimes words have two meanings
In the tree by the brook there's a songbird who sings
Sometimes all of our thoughts are misgiving

Isabel – por Marcela - 2002
Ela se chama Isabel. É uma pessoa trabalhadora e dedicada. É amorosa e carinhosa, embora ao mesmo tempo explosiva e estressada. É feliz, mesmo em meio a tantos problemas. É vaidosa.

Não é alta, nem baixa. Não é gorda, nem magra. Seus cabelos são médios e castanho-claros, assim como os olhos.

Adora me mandar estudar, e não suporta me ver o dia todo em frente ao computador. Sempre quer dormir um pouquinho à tarde, e está frequentemente com dor de cabeça.

Trabalha o dia inteiro e à noite faz a sua segunda faculdade, de Letras, e ainda tem tempo de deixar a casa em ordem e cuidar da família. É educada e inteligente. Amiga e companheira. É a minha mãe.