Sunday, September 30, 2012

Novas observações sobre a política carioca – Eleições 2012



Faltando poucos dias para o “pleito eleitoral” de vereadores e prefeito, no Rio de Janeiro, o cenário político é morno, sem grandes entusiamos. Isto se deve, talvez, à boa colocação de Eduardo Paes nas pesquisas, candidato à reeleição na prefeitura carioca, que detém folgadamente 55% das intenções de voto, segundo os números divulgados pela Datafolha dia 27/09/2012. Por sua vez, este resultado é fruto direto de um bem sucedido desempenho do candidato à frente da administração municipal, que interfere diretamente na vida (e no bolso) dos cariocas: melhoria no transporte de massa, com a implantação de BRSs, BRTs e bilhete único, Nota Fiscal carioca, que oferece abatimentos no valor do IPTU, e finalmente obras essenciais para a cidade – como a tão prometida por outros prefeitos e nunca realizada obra na Praça da Bandeira, para evitar o alagamento crônico que tornava esse ponto crítico do Rio um verdadeiro transtorno em épocas de chuva, bem como a construção, em parceira com o governo do estado, da estação do metrô em frente à prefeitura, que tem facilitado a mobilidade de muitos cariocas.  
O segundo colocado nas intenções de voto, o deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL, com cerca de 19% das intenções de voto, ainda não desistiu, parece, de tentar chegar ao segundo turno, investindo todas as suas fichas para conquistar de última hora o voto do eleitor. No entanto, percebe-se que, de uns tempos para cá, o deputado licenciado mudou drasticamente o seu discurso, não lembrando em nada aquela mesma pessoa que, em fevereiro deste ano, apoiou abertamente uma temerária e irresponsável amotinação dos bombeiros do Rio contra o governo do estado, e que teve resultados desastrosos – como a prisão dos “líderes” do movimento e a demissão de alguns bombeiros. Mais discreto, o candidato agora tem como plataforma eleitoral principal a saúde, prometendo melhorar os combalidos hospitais municipais. Também tenta “fechar” (o slogan de sua campanha é “Eu fecho com Marcelo Freixo”) com alguns setores do funcionalismo público estadual – notadamente, os professores e funcionários da UERJ, cuja greve, que se arrasta indefinidamente há bons três meses, já perdeu o sentido, o objeto e o objetivo – como forma de se posicionar contra o governador do estado. A pergunta que nos parece óbvia é se, depois de todo o fiasco em que se transformou o movimento dos bombeiros do Rio, essa categoria ainda pensa em dar seu voto ao candidato Marcelo Freixo.
O terceiro colocado nas intenções de voto para a prefeitura do Rio é a dupla Rodrigo Maia-Clarissa Garotinho, com 4% das intenções de voto. Herdeiros de uma tradição política brasileira baseada nos feudos familiares, que têm continuidade com os filhos de políticos – desde a mais conservadora orientação (Bolsonaros pai e filho), passando pelos centro-esquerdistas, como Wagner Montes, conhecido pelo bordão “Escracha”, e seu filho (futuro “Escrachinha?”), até os populistas, como a própria família Garotinho –, a dupla de jovens políticos não conseguiu convencer o eleitorado, com uma aliança que, aos olhos deste, pareceu um tanto oportunista. Afinal, Cesar Maia e os Garotinhos Anthony e Rosinha viviam às turras, durante os sucessivos mandatos de Cesar Maia como prefeito (1993-1996, 2001-2004 e 2005-2008) e de Garotinho (1999-2002) e Rosinha (2003-2006), como governadores, mais preocupados em se digladiarem politicamente.
Quanto aos vereadores, ficou mesmo a cargo do eleitor tentar separar o joio do trigo, uma vez que a tão propalada “lei da ficha limpa” está longe de ser posta em prática, pois o que se vê são candidatos que já estiveram atrás das grades voltando, graças a artifícios jurídicos os mais diversos, à arena eleitoral. O que se espera é que os eleitores façam uso do “voto consciente”, único modo de não permitir que delinquentes travestidos de políticos desfilem por essa avenida chamada Brasil.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home