Wednesday, June 15, 2011

O lobo mau e a chapéu vermelho – da série “Revisitando contos de fadas e outras fábulas” I

O Lobo Mau se apaixonou pela Chapéu Vermelho, e desde que a conheceu só pensava num jeito de pegá-la. Então teve uma ideia brilhante: resolveu esperá-la na casa da Vovozinha. Assim que lá chegou, o Lobo Mau quis fazer amizade com a velha, a ver se ela o apoiava no seu namoro. Mas, como estava faminto, não resistiu, e comeu a vovó com roupa e tudo. “Bom, já que estou aqui’, pensou ele, “só me resta esperar por ela”.
Quando a Chapéu chegou, o Lobo foi direto ao assunto: “Chapéu, sei que dizem por aí que só penso em comê-la, mas também quero namorá-la. Você me aceita do jeito que sou?”. A Chapéu olhava as grandes garras do Lobo, suas orelhas enormes, seu rabo comprido, e os dentes bem afiados. Viu também os seus olhos. E estes eram sinceros e claros. E estavam muito abertos, para poder vê-la melhor. Impossibilitada de resistir a tamanha paixão, concordou: “Tudo bem, eu topo, mas com uma condição: que você desengula a minha avó”.
O caçador, que xeretava tudo pela janela, prontamente se ofereceu para resgatar a velhinha da barriga do Lobo. Fez uma cesariana no Lobo Mau – sem anestesia, que ele era machão –, e a velhinha renasceu, com toca e tudo.
Casaram-se numa sexta-feira com noite de lua cheia e tiveram muitos lobisominhos. E teriam sido muito felizes se o Lobo – ah! Lobo Mau, tão mau – não fosse tão ciumento.

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