Ao Excelentíssimo Senhor Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro
Senhor Prefeito,
Em
breve vamos nos livrar do Senhor.
Quanto
às drásticas intervenções realizadas por Vossa
Excelência na cidade do Rio de Janeiro, foram realmente excelentes, embora
totalmente desnecessárias. A retirada da Perimetral de fato “embelezou” a
paisagem, como alardeou certo jornal carioca antes, durante e depois do feito. Mas
a verdade é que está fazendo uma falta danada, assim como o “mergulhão” da
Praça XV. Mas o Senhor só perceberá o equívoco quando o movimento no Tom Jobim se
intensificar, por conta das Olim-piadas (será que escrevi Olim piadas, desculpe, foi
erro de digitação...), quando o trânsito na Francisco Bicalho ficará mais insuportável
do que já está, desde a retirada da Perimetral. A propósito, onde mesmo foram
parar as toneladas de vigas que também sumiram junto com o viaduto que tanto
tempo, dinheiro e paciência custaram aos contribuintes?
O
projeto do VLT é divino, com aquele badalar saudosista no burburinho do centro
do Rio. Porém, não serve para muita coisa, a não ser para impressionar meia
dúzia de turistas, talvez. Aliás, a metade da Rio Branco, ocupada agora pelo
VLT, também está fazendo muita falta. Sem falar que pretender juntar ônibus, táxis,
carros particulares e ubers, VLT e bicicleta, tudo no mesmo balaio de gatos, ou
melhor, na mesma avenida que um dia foi larga e hoje os motoristas vivem
apavorados, com receio de quebrar os retrovisores, parece um tanto megalomaníaco,
para não dizer delirante. Eu disse delirante? Desculpe, a palavra certa seria
loucura, mas não quero parecer o Simão Bacamarte.
A
propósito, o VLT leva mais de vinte minutos, para trafegar num trecho que,
antigamente – isto é, há menos de dois anos –, se levava no máximo cinco
minutos, entre a Candelária e a Cinelândia. E o que dizer do trecho entre o
Museu do Amanhã e a Rodoviária?? Na “estação” do VLT na Rodoviária, o cidadão é
literalmente largado no meio do nada, entre os trilhos e paredes, obrigado a
fazer o trajeto sem segurança alguma, rezando para não aparecer nenhum VLT em
sentido contrário. Que é aquilo, senhor Prefeito?
Senhor
Prefeito, o senhor alguma vez já andou de VLT?
Senhor
Prefeito, será que não dava para adotar, na estação do VLT na Rodoviária, o mesmo
padrão da estação do VLT no Aeroporto Santos Dumont? Olha o bullying com os
cidadãos que utilizam a Rodoviária Novo Rio, Senhor Prefeito...
E
por falar no Museu do Amanhã, entendemos perfeitamente que foi feito para crianças, com aquele espécie de “alerta”
às futuras gerações sobre a questão ambiental. Aliás, é muito bom ver turmas de
jovens alunos, entre sete e quinze anos, sendo levados por suas escolas para
visitar o museu. Mas, francamente, não poderia ter um pouco mais de conteúdo? É
que ficamos envergonhados perante essa galerinha, que já nasce totalmente “antenada”.
Podem achar que não fizemos algo à altura deles. O tal “Portal Cósmico”,
localizado na “galeria” principal em formato ovalado, pintada de preto, onde é
exibida a grande “atração” do Museu do Amanhã – um filminho que pretende ser um
“documentário” da origem do Universo – deixa muito a desejar, embora o seu
intento seja grandioso – apresentar a origem do universo, desde a explosão da
matéria até o surgimento da vida na Terra. No filme, aparecem de células a
peixes, de galáxias a macacos. Aves, estrelas, mares. Ficamos tontos e deslumbrados
com a projeção, que ora parece nos envolver, ora parece desabar sobre nossas
cabeças. Mas, senhor prefeito, será que dava para, em algum pedacinho do filme,
encaixar os dinossauros? Não queremos que os nossos jovens descubram que houve
dinossauros no planeta somente quando virem algum filme do Spielberg, não é
mesmo?
Bem, senhor prefeito,
ainda bem que, muito em breve, iremos nos livrar do senhor.
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